terça-feira, 17 de julho de 2012

Fincor in Diário Económico


José Sarmento, analista da Fincor, Responde a três perguntas do Diário Económico.

alerta para os riscos  dos mercados não estão apenas na Europa e defende um papel activo dos bancos centrais para dar ânimo ao mercados.


- Existe o risco deste Verão ser tão negativo para os mercados como o Verão passado?
O Risco existe sempre, mas é preciso ter em conta que em Agosto do ano passado as quedas dos mercados accionistas foram de elevada dimensão, em especial na europa no qual o mercado caiu 14%, pior mês desde a queda de Lehman Brothers. No mês de Agosto de 2011 instalou -se o pânico  nos mercados. Os sinais de desaceleração na actividade económica global, o corte de  rating  nos Estados Unidos pela S&P, o aumento do défice dos EUA, o agravar da crise da dívida soberana da zona do euro e a incapacidade de resposta dos líderes à gravidade da situação acabaram por justificar as fortes quedas registadas. Este Verão existem diversos riscos nas diferentes partes do mundo a que o investidor terá que estar atento e que poderão desencadear novamente um aumento significativo de aversão ao risco, nomeadamente, o agravar da crise da divida soberana Europeia, os maus resultados de empresas nos EUA e o agravar do estado de saúde da economia mundial.

- Quais os principais temas que irão atormentar os investidores nas próximas semanas?
Os investidores deverão estar particularmente atentos a 3 diferentes tipos de risco que poderão atormentar os investidores e originar quedas dos mercados. Na Europa, o destaque vai para a crise soberana e a sua evolução. Nesta região, os riscos para os investidores poderão surgir de distintas frentes, nomeadamente, Grécia, Portugal ou Itália. No entanto, deverá ser Espanha que merecerá lugar de destaque, com os investidores a monitorizar de muito perto o agravar de crise económica e necessidades do sector bancário que pode culminar com a formalização de um pedido de ajuda publico do país. Nos EUA, os investidores estarão atentos a: i) à reunião da reserva federal (FED) e à existência ou não de novas medidas de estimulo económico (QE3) e ii) à época de resultados das empresas do país que poderá ser a primeira a desiludir depois de vários trimestres com surpresas positivas. O abrandamento económico que se tem vindo a sentir nos países emergentes nomeadamente na China e no Brasil poderá ser também um factor de instabilidade dos mercados.

- O que terá de acontecer para os mercados terem um Agosto tranquilo este ano?
 A materialização ou não dos riscos anteriormente referidos serão decisivos para a rentabilidade dos mercados em Agosto. Assim, os principais factores que poderão trazer um agosto calmo serão: i) continuação de intervenção dos bancos centrais, quer pelo anuncio de novas medidas de estimulo (FED) quer corte de taxas (BCE); ii) época de resultados de empresas acima do esperado; iii) recuperação de indicadores macroeconómicos para níveis semelhantes aos do primeiro trimestre nas principais regiões, nomeadamente, EUA, China e Alemanha. A materialização de algum destes factores ou uma combinação dos mesmos trariam maior tranquilidade aos mercados e um potencial de retornos positivos aos mesmos.

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