As
fortes preocupações, com a instabilidade politica e o nível de endividamento da
Grécia, agravada pelo problema da banca em Espanha, provocam receios de
alastramento que se transformem numa recessão de nível mundial. A conjugação
destes factores tem vindo a assustar os intervenientes dos mercados
financeiros, deteriorando as perspectivas de negócio das matérias-primas.
Este cenário está levar os investidores a refugiarem-se, em activos que
consideram seguros, um dos quais o Dólar.
A maioria das matérias-primas tocou mínimos de cinco meses,
com excepção do Açúcar e do Café, que desceram a níveis mínimos de quase dois
anos.
Por questões fundamentais, a que se deve tudo
isto?
O aumento das vendas por parte dos exportadores
do Brasil, o maior produtor do mundo, e a diminuição das compras na união
europeia afectada pela crise, empurrou os preços do café ao seu menor nível em
21 meses. Como agravante para esta matéria prima, a produção mundial poderia
superar a oferta em 5,3 milhões de sacos no ano de colheita que começa em
Outubro.
O cultivo na Colômbia, o segundo maior produtor
de grãos de café arábia depois do Brasil, melhorará no segundo semestre e
em 2013 prevê alcançar o maior nível de produção dos últimos cinco anos. A
fraca produção nos primeiros meses do corrente ano, está relacionada com as
fortes chuvadas, que causaram estragos nas plantações e atraíram doenças,
a que esta matéria-prima está vulnerável nestas estações do ano
Os futuros do Café caíram 33% num ano. Devido às
expectativas de que as colheitas brasileiras possam crescer 16%
relativamente ao ano anterior, atingindo 50,5 milhões de sacos. Este
numero corresponderá a novo máximo histórico para este País, no entanto, os
mais optimistas, admitem mesmo que a produção possa atingir os 55
milhões.
Na verdade, a actual queda dos preços do café
não se reflecte nos preços pagos pelo consumidor final. Os produtores suportam
maiores despesas de manutenção da produção e vêem também os custos de
transporte para colocação dos seus produtos no mercado aumentarem.
Quanto ao açúcar não refinado, os seus preços
caíram cerca de 20% entre 23 de Março e 2 de Maio, atribui-se esta forte queda,
ao mais fácil acesso ao mercado de açúcar da Índia, o segundo maior produtor
desta matéria após o Brasil. A desvalorização da moeda da Índia, a Rupia, que
se encontra em mínimos de sempre, influenciou fortemente o preço do
açúcar ali produzido, e logicamente facilitou a sua exportação.
Resumindo, não se vislumbra um ajuste dos
preços ou aliviar dos mesmos, sendo inclusivamente, previsível que estes
continuem a descer a curto e médio prazo.
TECNICAMENTE:
Coffee (Café): Não podia ser
pior os aspecto técnico desta matéria-prima, depois de perder a directriz
altista de médio prazo, que coincide com o nível actual da média móvel de 200
períodos, tem como próximo objectivo os 136 pontos no que respeita á cotação de
preços no mercados de futuros. Cabe referir, que antes disso, no nível dos 145
pontos, poderá o preço encontrar um suporte temporal, embora sem muita
importância.
Sugar (Açúcar): Esta
matéria está menos amarga que o café, embora se encontre na zona de confirmação
da perda da média móvel dos 200 períodos, tem o próximo nível de suporte muito
perto, nos 19 pontos. A figura técnica que desenvolve, tem fortes implicações
baixistas com a perda do nível de 15,40 mas tal não deverá ter viabilidade dado o
período temporal excessivo em que a mesma se desenvolveu, e porque tal a ser
verdade, levaria o preço a baixo de zero.
Sem comentários:
Enviar um comentário