segunda-feira, 4 de junho de 2012

CAFÉ vs. AÇÚCAR


   As fortes preocupações, com a instabilidade politica e o nível de endividamento da Grécia, agravada pelo problema da banca em Espanha, provocam receios de alastramento que se transformem numa recessão de nível mundial. A conjugação destes factores tem vindo a assustar os intervenientes dos mercados financeiros, deteriorando as perspectivas de negócio das  matérias-primas. Este cenário está levar os investidores a refugiarem-se, em activos que consideram seguros, um dos quais o Dólar.
A maioria das matérias-primas tocou mínimos de cinco meses, com excepção do Açúcar e do Café, que desceram a níveis mínimos de quase dois anos.

   Por questões fundamentais, a que se deve tudo isto?

   O aumento das vendas por parte dos exportadores do Brasil, o maior produtor do mundo, e a diminuição das compras na união europeia afectada pela crise, empurrou os preços do café ao seu menor nível em 21 meses. Como agravante para esta matéria prima, a produção mundial poderia superar a oferta em 5,3 milhões de sacos no ano de colheita que começa em Outubro.
 O cultivo na Colômbia, o segundo maior produtor de grãos de café arábia depois do Brasil, melhorará no segundo semestre  e em 2013 prevê alcançar o maior nível de produção dos últimos cinco anos. A fraca produção nos primeiros meses do corrente ano, está relacionada com as  fortes chuvadas, que causaram estragos nas plantações e atraíram doenças, a que esta matéria-prima está vulnerável nestas estações do ano
 Os futuros do Café caíram 33% num ano. Devido às expectativas de que as colheitas brasileiras possam crescer 16% relativamente ao ano anterior, atingindo 50,5 milhões de sacos. Este numero corresponderá a novo máximo histórico para este País, no entanto, os mais optimistas, admitem mesmo que a produção possa atingir os 55 milhões.
  Na verdade, a actual queda dos preços do café não se reflecte nos preços pagos pelo consumidor final. Os produtores suportam maiores despesas de manutenção da produção e vêem também os custos de transporte para colocação dos seus produtos no mercado aumentarem.
 Quanto ao açúcar não refinado, os seus preços caíram cerca de 20% entre 23 de Março e 2 de Maio, atribui-se esta forte queda, ao mais fácil acesso ao mercado de açúcar da Índia, o segundo maior produtor desta matéria após o Brasil. A desvalorização da moeda da Índia, a Rupia, que se encontra em  mínimos de sempre, influenciou fortemente o preço do açúcar ali produzido, e logicamente facilitou a sua exportação.

   Resumindo, não se vislumbra um ajuste dos preços ou aliviar dos mesmos, sendo inclusivamente, previsível que estes continuem a descer a curto e médio prazo.


   TECNICAMENTE:

   Coffee (Café): Não podia ser pior os aspecto técnico desta matéria-prima, depois de perder a directriz altista de médio prazo, que coincide com o nível actual da média móvel de 200 períodos, tem como próximo objectivo os 136 pontos no que respeita á cotação de preços no mercados de futuros. Cabe referir, que antes disso, no nível dos 145 pontos, poderá o preço encontrar um suporte temporal, embora sem muita importância.

   Sugar (Açúcar): Esta matéria está menos amarga que o café, embora se encontre na zona de confirmação da perda da média móvel dos 200 períodos, tem o próximo nível de suporte muito perto, nos 19 pontos. A figura técnica que desenvolve, tem fortes implicações baixistas com a perda do nível de 15,40  mas tal não deverá ter viabilidade dado o período temporal excessivo em que a mesma se desenvolveu, e porque tal a ser verdade, levaria o preço a baixo de zero.








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