Principais destaques:
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Barack Obama venceu as eleições da última 3ª
Feira - a atenção dos investidores deslocou-se rapidamente para o
tema do fiscal cliff;
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As eleições nos EUA parecem ter servido de
desculpa para uma correcção nos mercados – O S&P 500 registou na semana
passada a maior queda acumulada em duas sessões desde o início de 2012;
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Num contexto de correcção para os activos de
risco, a semana foi positiva para o ouro para os mercados de obrigações na
Alemanha e nos EUA (que são usualmente activos de refúgio);
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Na Grécia, o orçamento para 2013 (com um
defíce orçamental previsto de 5.2% e um 6º ano consecutivo de contracção
económica) e novas medidas de austeridade (cortes nas pensões, cortes nos
salários da função pública e aumento na idade da reforma) foram aprovados pelo
parlamento local;
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Na conferência de imprensa do Presidente do
Banco Central Europeu, após a reunião da semana passada, Mario Draghi
referiu que o banco está pronto para intervir no mercado secundário, comprando
obrigações soberanas nas condições previamente estabelecidas;
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A reunião do Partido Comunista Chinês iniciou-se
e deverá terminar esta semana. Como objectivos de médio prazo, foi referido que
o PIB per capita (ou seja, a riqueza produzida por cada habitante) deverá
dobrar dos actuais níveis até 2020, tendo sido reforçada a determinação de
avançar com reformas estruturais;
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Os dados económicos nos EUA, referentes ao mês
de Outubro, poderão ser afectados pelo furacão Sandy.
Slides:
Zona-Euro
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O Banco Central Europeu manteve inalterada a sua
principal taxa de juro de referência nos 0.75%. Mario Draghi referiu que os
sinais mais recentes sugerem um novo enfraquecimento da economia no 4º
trimestre de 2012;
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A taxa de desemprego na Zona-Euro subiu para um
novo máximo (11.6%) em Setembro. Provavelmente, o consumo privado irá manter-se
fraco na região;
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A produção industrial na Alemanha para o mês de
Setembro caiu 1.8% face ao mês anterior. Os inquéritos à actividade industrial
sugerem novas quedas. Estará a economia alemã a dar sinais de abrandamento?
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À atenção da Jerónimo Martins… o Banco Central
da Polónia cortou a sua principal taxa de juro de referência em 0.25% para
4.50%. Os objectivos para o crescimento e a inflação do país para 2013 e 2014
foram revistos em baixo. Poderá ter sido iniciado um novo ciclo de descida
nas taxas de juro do Banco Central da Polónia;
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Os políticos da Grécia cumpriram… e aprovaram
as novas medidas de austeridade e o orçamento para 2013. Contudo, a dívida
pública permanece insustentável, pelo que será necessário que exista vontade
política na Zona-Euro para lidar com o problema, num momento que o rácio dívida
pública/PIB deverá apresentar um valor bem acima do estabelecido no 2º programa
(Março 2012);
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A comissão Europeia divulgou o seu relatório de
Outono 2012, contendo previsões económicas para os países da região – A
economia da Itália deverá contrair -0.5% em 2013, acima do esperado pelo
governo local (-0.2%). Na Grécia, o PIB (medida da riqueza produzida pelo país)
deverá cair 4.2% no próximo ano. Para a Espanha, a contracção em 2013 deverá
ser de -1.4%, bem acima da projecção do governo (-0.5%). O défice orçamental
deverá atingir este ano os 8% do PIB, acima do objectivo estabelecido com a
União Europeia (6.0%). No próximo ano, é estimado um valor de 6.0%, também
acima do objectivo do governo (4.5%). Para Portugal, o relatório espera uma
quebra do PIB de 3% em 2012 e 1% em 2013.
EUA
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Das eleições nos EUA resultou um governo
dividido, com os Republicanos a manter a maioria no Congresso e os Domacratas a
ter o controlo do Senado. Um acordo é necessário para evitar o fiscal
cliff. De acordo, com as mais recentes estimativas, e na ausência de um
compromisso, o fiscal cliff teria um impacto negativo na economia de
-2.9% (ou seja, iria empurrar a economia local para uma nova recessão). As
negociações deverão começar já esta semana. O consenso parece esperar uma
decisão para a segunda metade do mês de Dezembro;
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O défice comercial baixou no mês de Setembro, o
que poderá justificar uma revisão positiva do crescimento do PIB para o 3º
trimestre de 2012;
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A confiança dos consumidores, medida pelo
indicador divulgado pela Universidade de Michigan, encontra-se num máximo para
os últimos 5 anos. Irá o tema do fiscal cliff ter um impacto negativo no
inquérito do próximo mês?
Resto do Mundo
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A economia da China continua a dar sinais de
recuperação. A produção industrial para o mês de Outubro aumentou 9.6% face
a igual período do ano passado;
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As exportações de Taiwan para a China tem,
igualmente, sugerido uma retoma (ainda que modesta) do ritmo de crescimento da
economia chinesa.
Resultados das empresas portuguesas na última semana
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REN (RENE PL): O resultado líquido atingiu 98.4
milhões de euros nos primeiros 9 meses de 2012, um crescimento de 2.9% face a
igual período do ano passado, mas 3% aquém do esperado pelo consenso. A empresa
apresenta o seu novo plano estratégico. A REN pretende reduzir o seu endividamento
e irá canalizar uma parte do seu investimento para áreas fora de Portugal;
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EDP (EDP PL): O resultado líquido referente ao
3º trimestre de 2012 situou-se nos 213 milhões de euros, uma queda de 1% face
ao mesmo período do ano passado mas 10% acima do valor esperado pelo consenso;
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EDP Renováveis (EDPR PL): A primeira venda de
minoritários à CTG deverá ocorrer neste 4º trimestre de 2012;
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Portugal Telecom (PTC PL): O Resultado antes de
importos, componente financeira e amortizações atingiu os 301 milhões de euros
no 3º trimestre de 2012, praticamente em linha com o que era esperado pelo
consenso (303 milhões de euros). Os resultados da sua subsidiária no Brasil
(Oi) serão apresentados amanhã. Os resultados consolidados da Portugal Telecom
serão divulgados no dia 30 de Novembro;
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Zon (ZON PL): O resultado líquido aumentou 6.3%
face a igual período do ano passado. As receitas na área internacional
apresentam uma evolução positiva.
Período de Reporte de Resultados Referente ao 3º
Trimestre de 2012:
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Europa: 71% das empresas que reportaram
conseguiram ultrapassar as previsões no que se refere aos resultados. Apenas
52% apresentaram vendas acima do consenso. O sector dos Seguros e da Energia
merecem destaque pela positiva. Pela negativa, destaque para a área da
Alimentação e Bebidas;
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EUA: Os comentários das empresas para o 4º
trimestre têm sido fracos. As estimativas do consenso para os resultados do 4º
trimenstre estão em queda. As empresas mencionaram o efeito negativo criado
pela incerteza em torno do fiscal cliff.
Destaques do Mercado na Última Semana
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A Groupon (GRPN US) apresentou resultados
fracos, o que levou a cotação do título a cair cerca de 30% na sessão de 6ª
feira. Os investidores permanecem com sérias dúvidas relativamente ao modelo
de negócio da Groupon;
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A JP Morgan (JPM US) irá levar a cabo um plano
de recompra de acções próprias em mercado durante o 1º trimestre de 2013 no
montante de 3 mil milhões de dólares;
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O BCP (BCP PL) registou um prejuízo de 252
milhões de euros no 3º trimestre de 2012. A cotação do título acumula uma queda
de quase 18% desde o início do ano. A deterioração na qualidade dos
empréstimos que o banco tem em carteira e a capacidade do banco para reembolsar
as obrigações convertíveis adquiridas pelo Estado são importantes incertezas
para os investidores.
Temas para a próxima semana
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A reunião do Eurogrupo deverá iniciar-se já
hoje. Notícias recentes sugerem que uma decisão final sobre a Grécia ainda
não deverá ser anunciada hoje, uma vez que o relatório final sobre a
sustentabilidade da dívida do país ainda não estará concluído. Segundo as
mesmas notícias, a União Bancária não deverá ser discutida;
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O período de reporte de resultados referente ao 3º
trimestre continua esta semana. Na Europa, destaque para a ENEL, Intesa
SanPaolo, E.On, Vivendi e Vodafone na 3ª feira, Infineon e RWE na 4ª feira e
National Grid na 5ª feira. Nos EUA, destaque para a Cisco Systems na 3ª
feira, a Dell, a Wal-Mart e a Applied Materials na 5ª feira;
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O furacão Sandy irá provavelmente distorcer os
dados económicos que serão apresentados esta semana nos EUA, como as vendas a
retalho (14 de Novembro) ou a produção industrial (16 de Novembro).
O que iremos acompanhar na próxima semana?
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2ª Feira (12 Nov)
o PIB
do Japão (3º trimestre, preliminar);
o A
Chanceler Merkel encontra-se com o Primeiro-Ministro de Portugal;
o Início
da reunião do Eurogrupo;
o Dia
dos Veteranos nos EUA: O mercado de acções estará aberto mas o mercado de
obrigações poderá ser afectado.
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3ª Feira (13 Nov)
o Inquérito
de sentimento ZEW;
o Inflação
no Reeino Unido (Out).
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4ª Feira (14 Nov)
o Inflação
na Índia (Out);
o PIB
para Portugal (3º trimestre);
o Relatório
de Inflação do Banco de Inglaterra;
o Vendas
a Retalho nos EUA;
o Minutas
reunião do Comité de Política Monetária do FED – O mercado irá
provavelmente procurar por sinais do que poderá acontecer no final do ano
quando a operação Twist expirar;
o Greve
em Portugal convocada pela CGTP.
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5ª Feira (15
Nov)
o Dados
preliminares do PIB referente ao 3º trimestre para a França, Itália, Alemanha e
Zona-Euro;
o Dados
do PIB para a Espanha referente ao 3º trimestre (valor final);
o Inflação
(ao nível dos consumidores) para os EUA (Out);
o
Índice de actividade do sector industrial
para Filadéfia;
o
Discurso de Bem Bernanke sobre os mercados de
construção residencia
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6ª Feira (16
Nov)
o Produção
industrial nos EUA (Out);
o
Dados do PIB referente ao 3º trimestre para
Hong-Kong, Malásia e Singapura – Será que vamos ter sinais de recuperação?
Gráficos a acompanhar:
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A Sonae (SON PL) irá apresentar resultados esta
semana (14 de Novembro) – É um dos títulos com maior variação acumulada desde o
início do ano. Tendo a Sonaecom (SNC PL) já reportado, a atenção dos
investidores deverá estar na área de retalho;
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O BPI (BPI PL) tem sido claramente o título
em destaque pela positiva este ano no sector financeiro português. O BES
(BES PL) irá reportar resultados no dia 13 de Novembro. Os investidores deverão
estar atentos à evolução das provisões para crédito mal parado e ao
comportamento da área internacional;
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A Apple (AAPL US) continua a corrigir. Este
movimento tem um claro efeito negativo no índice S&P 500 e no sector da
tecnologia, tendo em conta o peso que a Apple tem em cada um deles;
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As acções do Facebook (FB US) estão a perder
mais de 49% desde o seu preço inicial de colocação em bolsa (38 dólares). 777
milhões de acções cuja negociação estava impedida poderão agora ser livremente
transaccionadas. Tal poderá colocar pressão sobre o preço da acção.
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