segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Análise Mensal

Pricipais destaques do mês de Outubro:
 

·         Outubro foi um mês positivo para a generalidade dos activos de risco. Os títulos do sector financeiro na zona euro e nos EUA apresentam significativos ganhos acumulados desde o início do ano;

·         A economia global mantém um ritmo de crescimento próximo da sua tendência de longo prazo;

·         A Zona-Euro mantém uma taxa de crescimento mais fraca, fruto dos ajustes na política fiscal e das fragilidades no sector bancário;

·         A época de resultados continua a ser modesta, com muitas empresas a falharem o consenso no que às receitas diz respeito.

 
Análise da performance de várias classes de activos no último mês:

·         A generalidade dos activos de risco teve uma evolução favorável durante Outubro. Duas importantes excepções merecem destaque: as matérias-primas  e o índice S&P 500. O programa de compra de obrigações do Banco Central Europeu em mercado secundário continuou a suportar os mercados periféricos da Zona-Euro (acções e obrigações);

·         Desde o início do ano, os índices de acções da China e da Espanha apresentam as mais fracas performances dentro da nossa selecção de classes de activos.

 


Slides:

 

Portugal:

·         Após a 5ª revisão por parte da Troika, o crescimento do PIB (medida da riqueza produzida por um país) para 2013 foi revista em baixa de 0.2% para -1.0%. As obrigações soberanas Portuguesas de longo prazo apresentam uma impressionante performance desde o início do ano.

 

Resto da Europa

·         O PIB de Espanha caiu -0.3% no 3º Trimestre de 2012, o que representa o 4º Trimestre consecutivo com variação negativa. Com a queda nas yields das obrigações soberanas em mercado secundário, a pressão sobre o governo de Espanha para pedir ajuda poderá ter diminuído;

·         A actividade económica na Zona-Euro durante o 3º trimestre deverá ter-se revelado mais estável do que o inicialmente esperado. Contudo, os indicadores avançados de actividade sugerem um fraco 4º trimestre. A taxa de desemprego aumentou em Setembro para um novo máximo histórico (11.6%).

 

EUA

·         Um mais forte consumo privado está a ser compensado por um mais fraco investimento. Irão os consumidores ser afectados quando os meios de comunicações social começarem a dar mais destaque às possíveis implicações do Fiscal Cliff ?

 

Destaques dos mercados no último mês

·         Os índices de acções continuam suportados pelas medidas dos Bancos Centrais. As revisões negativas nas estimativas de resultados continuam a ser uma preocupação;

·         Os investidores permanecem positivos, mas cautelosos;

·         As entradas nos fundos continuam a privilegiar as obrigações, em detrimento das acções;

·         Os spreads no crédito permanecem em baixos patamares. Contudo, as acções precisam de crescimento (na economia e nos resultados) para conseguir apresentar uma melhor performance quando comparada com outras classes de activos de risco. Será que as yields das obrigações soberanas dos mercados periféricos já incorporaram completamente (ou pelo menos na sua maior parte) o efeito positivo provocado pelo anúncio do plano de compra de obrigações do Banco Central Europeu em mercado secundário?

 

Resto do Mundo

·         China: O índice de actividade industrial PMI aumentou em Outubro para 50.2. É mais um sinal a apontar para uma estabilização da economia local.

 

Período de Reporte de Resultados Referente ao 3º Trimestre de 2012:

·         EUA: As receitas / Vendas do 3º trimestre têm desapontado o consenso. As implicações deste período de resultados para o 4º trimestre são negativas. Várias empresas têm revisto em baixa as suas expectativas para o próximo trimestre;

·         Europa: A época de resultados referente ao 3º trimestre tem sido mais fraca. Desde o início do ano, a taxa para o rescimento dos resultados de 2012, segundo o consenso, foi revista em baixa em 12pp. Neste momento, o consenso espera uma taxa de variação negativa de -2.6% para a evolução dos resultados entre 2011 e 2012.

 

Temas para o próximo mês:

·         Eleições nos EUA: Estas eleições deverão ter implicações na resolução do Fiscal Cliff, na política fiscal estabelecida para o médio prazo (importante para as agências de rating)  e no cargo de Presidente da Reserva Federal dos EUA (Romney já indicou que, se vencer, pretende substituir Ben Bernake quando este terminar o seu mandato em Janeiro de 2014);

·         Em caso de dificuldade nas negociações em torno do Fiscal Cliff, a volatilidade nos preços dos activos de risco (nomeadamente nos índices de acções) poderá aumentar;

·         Na próxima 5ª feira, terá início o congresso nacional do Partido Comunista Chinês. Os novos líderes políticos serão formalmente apresentados. Esta transição política ocorre num momento em que o país enfrenta diversos desafios: desigualdade de rendimentos, aumento nos custos de produção da economia e problemas colocados pelo excesso de endividamento em algumas áreas da economia;

·         Os políticos na Grécia continuam à procura de um acordo que permita os cortes (no montante de 13.5 mil milhões de euros) e as reformas estruturais exigidos pela Troika para libertar a próxima parcela do empréstimo. A reunião do Eurogroupo marcada para o próximo dia 12 de Novembro poderá ser decisiva;

·         A reunião do Banco Central Europeu (BCE) marcada para 8 de Novembro não deverá trazer novidades no que se refere ao nível das taxas de juro. Contudo, a nossa atenção estará nos comentários efectuados por parte do Presidente do BCE, procurando sinais de maior desconforto perante a evolução da economia da zona-euro, o que teria implicações na reunião do mês de Dezembro.

 

O que iremos acompanhar no próximo mês?

 

·         Eleições Presidenciais nos EUA (6 Nov 2012);

·         Comissão Europeia divulga Projecções Económicas (7 Nov 2012);

·         Votação na Grécia relativamente às reformas estruturais (7 Nov 2012);

·         Congresso do Partido Comunista Chinês (8 Nov 2012);

·         Decisões de Política Monetária por parte dos Bancos Centrais da Coreia do Sul, Malásia e Indonésia (8 Nov 2012);

·         Empréstimos concedidos pelo sistema bancário Chinês (10 Nov 2012);

·         Parlamento da Grécia vota medidas de auteridade (11 Nov 2012);

·         Reunião do Eurogroupo (12 Nov 2012);

·         Banco de Portugal divulga o seu Boletim Económico de Outono (13 Nov 2012);

·         Índice HSBC /Markit de actividade industrial na China – Valor preliminar (22 Nov 2012);

·         Índice de sentimento dos empresários alemães divulgado pelo Instituto IFO (23 Nov 2012);

·         Eleições regionais na Cataluña (25 Nov 2012) – Poderá ser um evento político importante no sentido de a Espanha solicitar ajuda Europeia.

 

 

Gráficos a acompanhar:

·         Melhoria recente dos dados económicos na China. Implicações para o mercado de acções local;

·         Mais recentes dados para as exportações da Coreia do Sul e de Taiwan parecem sugerir alguma estabilização no crescimento da economia global.

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